Tiros dentro do prédio. Mais tiros dentro do apartamento. Vizinhança apavorada, quatro mortos e sangue pelos corredores.
A Polícia Militar entrou no condomínio Minha Casa, Minha Vida, no Jóquei, em São Gonçalo, no dia 27 de agosto de 2018. Não era a primeira vez que policiais entravam ali. Mas nunca havia sido tão grave.
A versão da corporação é que policiais estavam na região para fazer patrulhamento e que populares abordaram os agentes para apontar a localização de traficantes que estavam no condomínio.
Com o apartamento localizado, a equipe entrou e foi recebida a tiros, segundo a PM. Depois, no imóvel, mais tiros.
Três homens e uma mulher foram mortos. Três foram identificados por nomes ou apelidos — Nevoeiro, Cabelinho e Pâmela.
Amigos disseram que não houve confronto e que as pessoas estavam dormindo no apartamento, no momento em que foram mortas. A Polícia Civil disse que houve, sim, tiroteio.
As mortes aconteceram numa segunda-feira. No sábado anterior, um cabo da Polícia Militar foi morto na cidade. Guilherme da Costa Penetra, 32 anos, foi ao Buraco do Boi, no bairro do Boaçu, para checar a denúncia de uma carga roubada.
Ao chegar no local, foi baleado na cabeça. Pai de uma criança de 8 anos, chegou a ser encaminhado para o hospital estadual Alberto Torres, em São Gonçalo, mas não resistiu.
Como acontece em casos assim, a morte de Penetra seria vingada.
Cabo Guilherme da Costa Penetra foi morto após checar denúncia de carga roubada em favela de São Gonçalo