A avenida Brasil, principal via da cidade do Rio de Janeiro, tinha poucas ocorrências naquela manhã de segunda-feira, 13 de outubro de 2020. O trânsito fluía mal como todo dia.
Até que na altura do bairro de Deodoro, na zona oeste, policiais militares acharam suspeito um carro que trafegava na pista sentido centro. Os PMs fizeram um cerco e tentaram interceptá-lo no bairro de Guadalupe. Antes do carro parar na abordagem, ocupantes dispararam. Os PMs reagiram. Foi um intenso tiroteio.
Cirio Damasceno Santos, sargento, 51 anos, foi baleado na cabeça. Chegou a ser levado às pressas para o hospital municipal Albert Schweitzer, em Realengo.
Cirio Damasceno, sargento da PM, foi morto durante tiroteio em Deodoro.
Durante o tiroteio, um motorista que passava por ali e nada tinha com a abordagem foi baleado e levado para o mesmo hospital.
Cirio, que entrou para a Polícia Militar em 2000 e trabalhava no 14° BPM (Bangu), morreu assim que chegou à unidade.
Na mesma manhã em que o sargento foi morto, a PM entrou na favela do Muquiço, em Guadalupe, bairro onde o carro foi parado, para tentar capturar os autores dos disparos. O veículo usado pelos suspeitos foi encontrado. Duas pessoas foram presas, entre elas um adolescente de 14 anos.
A história não se encerrou com as prisões. Na terça houve nova incursão, desta vez nas favelas da Vila Aliança, do Sapo, Sossego e Rebu, em Senador Camará, região cujo policiamento é feito pelo 14° BPM, o mesmo em que Cirio era lotado. À época, a PM disse que o carro estava no Muquiço e os suspeitos eram metade de Guadalupe e metade da Vila Aliança.
Muitos tiros foram ouvidos naquele dia. Cinco pessoas morreram. Felipe Neves da Costa Oliveira, 29 anos, e Kaua Souza da Silva, 16 anos, foram identificados. Outros três mortos não tiveram nomes divulgados.