Stephan Contreiras foi abordado por assaltantes por volta das 7h manhã de 3 de maio de 2018. Ele pilotava uma motocicleta pela avenida Geremário Dantas, perto da rua Edgar Werneck, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio, região que conhecia bem: ele era capitão da Polícia Militar, chefe do serviço reservado do 18° BPM (Jacarepaguá). Contreiras, 36, foi morto no assalto e os autores do crime fugiram.
A polícia não esperou. Uma hora depois, PMs do mesmo batalhão em que Contreiras era lotado, junto com agentes do Bope e Coe (Comando de Operações Especiais), entraram na Cidade de Deus. A Linha Amarela chegou a ser interditada. Motoristas abandonaram os carros no meio da pista, outros se agacharam atrás da lataria. Passageiros de ônibus precisaram se abaixar para fugir dos tiros. Dentro da favela, muito medo. Um helicóptero circulava. Era época de intervenção federal militar.
O tiroteio foi intenso. Houve relatos de que policiais arremessaram pedras contra um morador na janela, denúncias de agressão contra trabalhadores e até um cão de um morador foi mordido pelo cão da polícia. Um policial do Bope foi baleado na perna. Oito pessoas foram presas. Seis corpos foram retirados da favela.
A Polícia Militar não encontrou o responsável pela morte do capitão Stephan Contreiras, mas matou seis pessoas naquele dia 3 de maio de 2018.
O principal suspeito pelo crime só foi encontrado 1 ano e 4 meses depois. Trafegava por uma autoestrada perto de Jacarepaguá quando foi abordado e preso.
Os nomes dos seis mortos não foram divulgados. Também não houve confirmação da relação dos mortos com o crime contra o capitão Contreiras.
Moradores chamam até hoje a ação de operação vingança.