A chacina ocorrida no Morro da Caixa D'Água em 2016 repete o roteiro oficial de tantas chacinas policiais que acontecem no Grande Rio. Segundo a polícia militar, “agentes faziam patrulhamento quando se depararam com os suspeitos que dispararam contra eles e começou o tiroteio”.
Na imensa maioria das vezes em que esse roteiro é contado, o desfecho se dá com corpos não identificados. Mas, naquele 17 de novembro foi diferente porque o sargento da PM, Leandro dos Santos Tomaz, foi morto no começo do confronto.
Agentes do Batalhão de Belford Roxo (39º BPM) estavam nas favelas Morro da Caixa d’Água e Parque Floresta desde o dia anterior para "conter o avanço do tráfico de drogas promovido pela facção Amigos dos Amigos na região", garantiu a PM. Depois da morte de Leandro, quatro homens foram mortos. Eles não foram identificados e, segundo a PM, eram criminosos.
O inquérito foi levado à Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense. Ninguém foi indiciado, a operação do 39º BPM voltada para "conter o tráfico de drogas" se encerrou naquele mesmo dia.